quinta-feira, 20 de maio de 2010

Não me peça pra falar de amor, eu não sei. Me tropeço inteira. Muitas palavras, e ninguém, diz nada. Queria comprimir as minhas. Como fiz durante um tempo. Sequei as palavras. E reli as linhas pescando poucas delas e como num oráculo vi o presente. Retalhar a frase, e inverter o diálogo. E depois ausentar-me por tanta dor de cabeça. E buscar a frieza de um quarto vazio. a presença do outro no cansaço baldio de horas que demoravam pra passar. Morrer.
Ele no jornal: ou e li no jornal -
Em sorteio de palavras recriei o que sou.
Vira réu
Virada réu NE
Apenas um morto. Por horas.
Abortaram o aborto. E quem estuprar pagará indenização caso engravidar a ex-vítima.
O tempo regride, e não me peça pra falar de amor. As coisas se dão. A peça tem texto da Hilda, mas eu não fui à estréia. Perdi o filme tudo sobre minha mãe. Sonhei com a minha mãe. Falei por horas sobre alguém, me fiz alguém, por horas deitada a falar de mim em outros. Me fiz fofoca, no mundo tenso de afetos, e poucas trocas. Em que o outro é perigo e única fonte de inspiração, ou autocrítica.
Não me peça pra falar de amor. Deita aqui e me coma, por favor.

2 comentários:

amig@s

aquilo que queria dizer.

aquilo que eu disse:

Tecnologia do Blogger.